Cibercrimes e o comportamento dos usuários de redes sociais

Foto da Matthew Henry do Burst

A globalização

O grande meio utilizado para a prática dos cibercrimes é basicamente a tecnologia, quanto mais ela avança, mais aumenta a incidência desses crimes. A globalização trouxe um continente de crimes tecnológicos, um deles é conhecido como cibercrimes, ou crimes cibernéticos, também conhecidos como delitos virtuais ou cibernéticos. São várias as denominações desse tipo de crime, porém todos são derivados de delinquência no meio virtual.

A era da revolução tecnológica

Ninguém pode contrariar o fato de que esses novos tempos foram caracterizados como a era da revolução tecnológica, trazendo inúmeros benefícios à sociedade, mas embarcando também reflexos negativos a seus usuários, um deles sãos os famoso cibercrimes.

As maravilhas tecnológicas. Você está preparado?

Cedo ou tarde a grande maioria dos setores produtivos se rendem ao maravilhoso mundo digital, adaptando seus produtos e serviços para serem trabalhados na internet, onde cada vez mais produtos e serviços são agregados a essa rede. No meio desse turbilhão de novidades tecnológicas estão os usuários, divididos entre profissionais e leigos. Os profissionais são aqueles que dedicam grande parte do seu tempo no estudo das tecnologias e os leigos são os aventureiros da internet como talvez você, seu avô, sua avó, a tia do Zap, etc. Se os profissionais precisam dedicar muito tempo para manterem-se atualizados, você acha mesmo que a sociedade leiga está preparada para o atual avanço tecnológico? É cediço que não.

A cibercriminologia e a fenomenologia no auxílio de evitar e solucionar crimes

Criminologia: conforme o Prof. Mestre Márcio Ricardo Ferreira, criminologia é o conjunto de conhecimentos a respeito do crime. São teorias acerca da vítima e do controle social do ato delitivo e suas causas. Resumo, é uma ciência empírica que visa investigar a origem e as causas do crime.

Cibercriminologia: conforme o Prof. Mestre Márcio Ricardo Ferreira, é o estudo criminológico acerca do cibercrime ou da delinquência ocorrida nesse ambiente virtual.

Utilizando ferramentas técnicas é possível estudar comportamentos sociais criminosos e entendê-los no ponto de vista científico, para depois estabelecer meios, paradigmas e eurísticas de antecipação, controle e mitigação desses ciberdelitos.

Teoria sociológica do Crime

Uma ferramenta a ser considerada advém da Escola de Chicago, conhecida como a Teoria Sociológica do Crime. Esta teoria utiliza a criminologia como formação discursiva para entender os delitos.

  • Os crimes e delitos estão relacionados aos ambientes urbanos;
  • Uma cidade organizada com regras como direitos básicos, teria menos crimes;
  • Condições mínimas de suporte á vida como saneamento, educação, emprego, proporcionam melhor sensação e harmonia social. Parte-se do princípio de que cidadãos satisfeitos cometem menos crimes;

A vulnerabilidade social ao avanço das redes

Atualmente é muito comum ver usuários a todo momento divulgando e compartilhando seus dados nas redes sociais. A cada momento as pessoas divulgam sua atual localização, realizam pesquisas utilizando buscadores que coletam dados, divulgam cada membro de sua família, características pessoais, nomes, telefones, e-mails, datas de aniversários, etc. Nunca foi tão fácil para um cibercriminoso agir na rede mundial de computadores. Basta acessar o perfil de um usuário na internet que o criminoso obtém todos esses dados e pode, através de e-mail, telefone ou whatsapp, por exemplo extorquir uma pessoa desinformada. Ele pode chamar uma pessoa no whatsapp, obtido nas redes sociais, informar que é um parente próximo chamado JOÃO, obtido nas redes sociais, iniciar uma conversa amigável falando de um evento que aconteceu tal dia, obtido nas redes sociais, para tão somente depois informar que está com problemas e precisa de um PIX rápido para consertar seu carro que está parado no meio da estrada.

Terceira guerra mundial?

Pode ser que estejamos enfrentando nesse momento a terceira guerra mundial, desta vez travada no mundo cibernético e, bem num momento que tudo e todos estão conectados à essa rede. É nítido a vulnerabilidade da população perante as constantes e repentinas mudanças das redes sociais, isto é, a sociedade não está pronta para tal evolução tecnológica. E no meio disso tudo quem é o grande vilão? Nós mesmos, que estamos a todo momento nos colocando em posição de vulnerabilidade, por nosso comportamento de extrema desorganização em rede.

Soluções para evitar e/ou mitigar os crimes cibernético

Todos nós devemos mudar completamente nossos comportamentos diante das redes sociais. Eu sei que o ambiente virtual nos traz uma certa tranquilidade, que as redes sociais encurtam distâncias e nos colocam mais conectados com nossos entes queridos, eu concordo que as tecnologias são maravilhosas, mas os efeitos poder-se-ão ser extremamente amargos. Por isso é que devemos ter muito cuidados com nossos dados, desde os mais básicos e simples. Eu sei que parece que postar o nome e a foto de nossos filhos na internet é algo banal e inofensivo, mas para um criminoso isso é uma grande arma, pois pelas redes sociais ele saberá como se chama, quais suas características físicas e o pior, onde ele estuda. Você está preparado psicologicamente para um falso sequestro online? Que Deus nunca permita isso acontecer, mas para isso é imprescindível que você se proteja e pare de fornecer informações privilegiadas aos criminosos.

Veja abaixo algumas sugestões de alteração de comportamento em rede que poderá ajuda-lo a evitar os cibercrimes:

  • Quando for postar uma foto de seus familiares, não poste ao público, restrinja a postagem aos seus entes queridos;
  • Não poste seu telefone, endereço, localização em ambiente público;
  • Nunca forneça sua senha para outra pessoa;
  • Utilize senhas seguras, maior de 8 dígitos, contendo letras maiúsculas, minúsculas, números, caracteres especiais e de preferência altere todos os meses;
  • Evitar utilizar datas de aniversários, números de telefones, da rua nas senhas;
  • Nunca permita que navegadores guardem suas senhas e números de cartão de créditos;
  • Utilize ferramentas de segurança como firewall, antivírus, antitrojans, antispywares, navegadores seguros e confiáveis;
  • Escolha navegadores que não coletam e compartilham seus dados;
  • Prefira navegar no modo anônimo do seu navegador;
  • Exclua com frequência os históricos e caches de seus navegadores;
  • Se for enviar algum dado em sites, verifique se o cadeado ou o termo HTTPS está aparecendo na barra de endereço;
  • Não clique em links que você não conhece;
  • Antes de clicar no link, passe o mouse por cima e observe no rodapé do navegador se é o mesmo endereço do link;
  • Antes de abrir um e-mail, verifique se o endereço emitente é conhecido;
  • Evite abrir e-mails com propostas mirabolantes como: Você acabou de ganhar R$1.000,00;
  • Não informe seus dados em sites que não conhece;
  • Prefira comprar em sites conhecidos e com cartão de crédito, pois se mesmo assim for golpe, você terá tempo de ligar na sua bandeira para cancelar a transferência;
  • Evitar pagar compras online no PIX ou boleto, você não terá chance de cancelar ou rever seu dinheiro de volta;
  • Prefira utilizar cartões de crédito temporários (semanais ou diários), que mudam o número constantemente;
  • Não responda mensagens nas redes sociais oferecendo ganhos absurdos;
  • Nunca faça transferência para alguém que não conheça ou que tenha pesquisado;
  • Por fim, na dúvida procure um profissional em informática para te auxiliar.

Este artigo foi inspirado no TEMA 01 – A CIBERCRIMINOLOGIA E A FENOMENOLOGIA DOS DELITOS INFORMÁTICOS do Prof. Mestre Márcio Ricardo Ferreira.

FERREIRA, Ricardo Márcio. TEMA 01 – A CIBERCRIMINOLOGIA E A FENOMENOLOGIA DOS DELITOS INFORMÁTICOS. Vídeo-aula do curso de Computação Forense e Perícia Digital da Faculdade Unopar.