A importância da equipotencialização ou equipotencialidade

A equipotencialidade é um tipo de interligação entre estruturas condutoras para manter o potencial energético em níveis de igualdade, evitando principalmente choques elétricos e danos a materiais eletroeletrônicos em geral. O conceito de equipotencialização está descrita no item 14.5 da NBR 5419/2015;

3.3.1 eqüipotencialização: Procedimento que consiste na interligação de elementos especificados, visando obter a eqüipotencialidade necessária para os fins desejados. Por extensão, a própria rede de elementos interligados resultante.

NOTA A eqüipotencialização é um recurso usado na proteção contra choques elétricos e na proteção contra sobretensões e perturbações eletromagnéticas. Uma determinada eqüipotencialização pode ser satisfatória para a proteção contra choques elétricos, mas insuficiente sob o ponto de vista da proteção contra perturbações eletromagnéticas.

(NBR 5410/2004 Versão corrigida 2008)

Veja um exemplo de risco humano.

Se um material condutor, como a carcaça de um ar condicionado, não estiver equipotencializada, isto é, interligada às outras massas, como uma janela de metal por exemplo, pode coexistir uma diferença de potencial entre elas, isto é, uma diferença de carga, por exemplo a carcaça pode conter 90 Volts e a janela 10 Volts, essa diferença de potencial de 80 Volts pode induzir uma corrente elétrica intracorporal caso um indivíduo encoste nos dois ao mesmo tempo, oferecendo riscos já conhecidos que margeiam desde o simples susto até quedas e complicações cardíacas.

5.4.3 Prevenção de influências eletromagnéticas nas instalações e seus componentes

5.4.3.1 As blindagens, armações, coberturas e capas metálicas das linhas externas, bem como os condutos de tais linhas, quando metálicos, devem ser incluídos na eqüipotencialização principal, conforme 6.4.2.1.1.

(NBR 5410/2004 Versão corrigida 2008)

Veja um exemplo de dano material.

Se um equipamento não estiver interligado ao sistema de equipotencialidade, pode receber sobretensão através do fio fase e, não tendo pra onde escoar, seu destino poder-se-á os frágeis componentes eletrônicos internos, rompendo-os. Por exemplo se um monitor de computador estiver ligado à tomada TUG de energia, recebendo apenas duas fases (110V-110V) ou (Neutro-110V) e uma sobretensão afligir a rede elétrica, essa alta-tensão, que deveria escoar pelo terceiro cabo (Terra), terminaria percorrendo os circuitos das placas internas desse monitor, permanecendo por mais tempo que o suportado, danificando-os. Caso estivesse suportado pelo terceiro cabo (Terra), a corrente elétrica dividiria-se, pelo princípio da divisão de corrente, entre o circuito eletrônico e o circuito de escoamento (aterramento), preferindo a terra como destino principal devido ao princípio do menor esforço ou mínima ação.

Equipotencialidade das linhas conectadas à estruturas externas ou de serviço

Tratada na NBR5419 de 2015, as linhas conectadas à estrutura devem ser protegidas conforme o item 6.2.3.

A equipotencialização das linhas conectadas à estrutura é de extrema importância na proteção contra surtos elétricos e descargas atmosféricas. Ela tem como objetivo garantir que todas as partes metálicas expostas estejam no mesmo potencial elétrico, reduzindo a possibilidade de diferenças de potencial e correntes de fuga entre essas partes.

Aqui estão algumas razões pelas quais a equipotencialização das linhas é essencial:

  1. Proteção dos equipamentos: A equipotencialização adequada das linhas conectadas à estrutura ajuda a evitar danos nos equipamentos elétricos e eletrônicos. Descargas atmosféricas e surtos elétricos podem induzir correntes indesejadas nos sistemas de energia, telecomunicações e antenas. Se essas linhas não estiverem equipotencializadas, podem ocorrer diferenças de potencial entre elas e a estrutura, resultando em danos aos equipamentos sensíveis.
  2. Segurança pessoal: A equipotencialização também desempenha um papel crucial na segurança pessoal. Quando uma descarga atmosférica atinge a estrutura, se houver diferenças de potencial significativas entre as partes metálicas, pode haver o risco de choques elétricos para as pessoas que estão em contato com essas partes. A equipotencialização adequada reduz esse risco, garantindo que todas as partes metálicas estejam no mesmo potencial elétrico.
  3. Evitar interferências: A falta de equipotencialização nas linhas conectadas à estrutura também pode levar a interferências eletromagnéticas indesejadas. Por exemplo, se a antena de um edifício não estiver equipotencializada, podem ocorrer interferências nos sinais de telecomunicações, afetando a qualidade das comunicações e causando problemas de conectividade.
  4. Cumprimento de normas: A equipotencialização das linhas conectadas à estrutura é um requisito estabelecido por normas técnicas, como a NBR 5419. O cumprimento dessas normas é importante para garantir a segurança das pessoas e a integridade dos sistemas elétricos e eletrônicos.

6.2.5 Equipotencialização para as linhas conectadas à estrutura a ser protegida
A equipotencialização para fins de proteção contra descargas atmosféricas para linhas de alimentação elétrica e de sinais deve ser realizada de acordo com 6.2.3.
6.2.3 Equipotencialização para elementos condutores externos
A equipotencialização deve ser efetuada a partir do ponto mais próximo de onde os elementos condutores externos adentram na estrutura a ser protegida.

ABNT 5419-2/2015

Em resumo, a equipotencialização das linhas conectadas à estrutura desempenha um papel fundamental na proteção contra surtos elétricos, descargas atmosféricas e outros problemas relacionados. Ela ajuda a prevenir danos nos equipamentos, reduzir riscos de choques elétricos, evitar interferências eletromagnéticas indesejadas e garantir o cumprimento das normas de segurança. É essencial contar com profissionais qualificados para realizar a análise e implementação adequada da equipotencialização em um projeto ou instalação específica.